segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Corpo


Um instante,
e já és outro.
Olha, ouve, olfata...

Ou finge.
Finge que sente,
e mente, crente de saber
do teu poder de ser depois

Tente sobreviver à
minha morte,
eternizar meu mundo inerte,
fingindo beber a sorte
que nos fez dois

Tente, corpo estranho,
ser meu legado torto,
minha pena destacada,
meu aborto de mim mesmo

Verás que nunca tive alma,
que vivi pela metade,
pela maldade de assistir sua
liberdade
sem sequer anunciá-la



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Outra vez, tema e título obrigatórios.

2 comentários:

Carol Kuk disse...

GOSTEI!

Camila de Sá disse...

Eu insisto na opinião: tens mui talento para a Poesia!