quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Água




Rio de tua essência
antes que zombes de minha inútil solidez
Antes que leve, rio descendo,
as folhas envelhecidas,
envenenadas por si mesmas,
e foragidas de minha tez

Rio por ver-te mar,
por te perder de vista,
por não dimensionar sua vontade

Não temo sua liberdade,
mas seu poder, líquido lírico,
de ser o mais em mim

Se eu pudesse, chovia,
e riria, num raio que te anuncia,
ao ver sua força minha,
falha e frágil

Rio de ti, mesmo em poema.

O riso é o sol, raio que te evapora e te reforma
Rio se triste, se contente,
e concedo-lhe um lar
Te dou proteção
e não te faço lágrima
pois só és minha enquanto eu não chorar



______________________________________________________


P.S.: texto produzido como exercício: gênero (poema), tema e título impostos e, descontado o desconforto da "primeira vez" (poema), bem aceitos.

Nenhum comentário: