domingo, 24 de junho de 2007

Datas queridas


Prometa-me uma coisa: se tiver a paciência de ler, leia os dois.

Nesta data querida...(17/06/06)

Na véspera de um aniversário, me deparo com a ausência daquele estímulo natural dos que completam mais um ano. A ansiedade característica das debutantes e dos meninos que vislumbram a maioridade. Meus dezoitos anos chegaram de mansinho, e passaram sem que eu notasse. Há algo pra comemorar? Não sei. Aliás, essa é a “imagem recuperada” do ano que passou: não sei.As dúvidas me perseguem. Fui ingênuo quando, ao entrar na faculdade, pensei estar com o futuro encaminhado. Ao contrário, a indecisão só fez aumentar. Por causa dela é que eu não planejo mais nada. Vou vivendo, sobrevivendo e revivendo. Revivendo a fase em que eu me senti mais feliz: a parcela musical de minhas experiências. Mesmo “sem dar futuro”, me apraz. A literatura também. A usp ainda me traz alguns benefícios, por isso, viajo a ela algumas vezes por mês. O ambiente, salvo grandes exceções, me é inóspito, infelizmente. Eu também não ajudo a torná-lo melhor. Devem me achar um cara estranhíssimo, talvez com alguma razão.Enfim, não peço muitos anos de vida, mas os quero bons, cada vez melhores. Quem sabe no ano que vem, nesta data que devia ser querida, eu comemore com você, moça. Meus Parabéns!

Nesta data querida (2) (23/06/07)

Muito tempo se foi desde o texto anterior. Será mesmo que vivi grandes mudanças? Boa parte de minha indecisão, senão toda, permanece aqui. È fato que consegui aproveitar um pouco mais das coisas que tentei estudar. Alcancei um mínimo de liberdade de pensamento. Hoje estou novamente tocando violão com alguma disciplina. Pra quê? Ao menos pra aborrecer e fazer barulho lá em casa, serve! E, nas reuniões pra família, ouvir um : “toca aquela que a mamãe (vó) gosta...” Se eu perguntar o nome, nem mesmo sabem. No trabalho, nada. Não possuo mais uma ocupação válida. Tiro do suor e da velhice de meu pai, meus caprichos. Altamente transformados, de oito meses pra cá. A “moça” do ano passado agora é real. Viajar é preciso. Não há mais do que me queixar e reclamar: tive um bom emprego (abandonei), estou em escolas públicas, tenho a namorada que desejei. O que ainda me traz tristeza? É complicado saber quando serei maduro o bastante pra fugir do meu “eu sozinho”. Conviver é difícil. Eita cara que não sabe se relacionar! Nem com as palavras tenho tido entendimento. Acompanham-me na greve que meu cérebro impõe. Meu aniversário passou. Dois amigos se lembraram (foram avisados). Eu também não lembraria de mim, se não fosse eu mesmo. Vinte anos, tá.