Ao sindicato da dor
declaro, dormente,
eterno feriado;
trago, prudente, doutor,
dou terra e telhado...
e decreto adeus.
Ao sindicato da saudade
dedico o detalhe do dia;
o que um dia distante,
depois,
traz nós dois em dueto,
do lado,
de tantos sonetos
ditados...
e desligo o adeus.
Ao sindicato da vontade
entrego o destino;
destaco o p-a-s-s-a-d-o
e deito, 'detido',
de dias contados
vendo a tarde anoitar...
e adiaaaar meu adeus.
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P.S.: relevem o uso desses "efeitos". Fiquei entre publicar o poema (exercício) "normal" ou assim, ressignificado. Reforço minha interpretação de mim mesmo, e lhes aponto o que se passa comigo enquanto escrevo. Por outro lado, limito (ao expandir) e direciono sua leitura. Tudo bem?
terça-feira, 17 de novembro de 2009
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2 comentários:
Nubita,
Acho que essa opção por "direcionar" a leitura não a limita, pelo contrário, acho que nos permite tentar uma interpretação mais próxima da pretensão que o autor tem com as palavras que escolheu para escrever o poema.
A leitura é sempre uma interpretação que nos permitimos ter do outro, e acredito que quanto mais recursos nos for oferecido para nos aproximar mais das intensões do outro, melhor! É melhor para tentar nos distanciarmos de nossas interpretações.
Gostei das intervenções, e gostei muito do poema!
Beijão!
Mi
Virou neoconcretista, é?
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